A Ativista Ambiental Sueca Greta Thunberg

“Eu tenho Asperger e isso significa que, às vezes, eu sou um pouquinho diferente da norma. E dadas as circunstâncias, ser diferente é um superpoder”, foi desta forma que a ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, começou um post em suas redes sociais para, pela primeira vez, rebater críticas que vêm recebendo e falar abertamente sobre o diagnóstico da Síndrome de Asperger.

“Quando ‘haters’ perseguem sua aparência e suas diferenças, isso significa que eles não têm para onde ir. E então você sabe que está ganhando!”, continuou a jovem, que se transformou no rosto da luta pela mudança climática no mundo.

Em seu Twitter, ela revelou que, antes de dar início à campanha climática e ganhar holofotes da mídia “não tinha energia, não tinha amigos e eu não falava com ninguém. Fiquei sozinha em casa, com um distúrbio alimentar.”

A Síndrome de Asperger recebeu este nome em função do pediatra austríaco Hans Asperger, que, na década de 1940, descreveu algumas características, incluindo obstáculos na interação social e na comunicação não-verbal, como dificuldades na leitura da linguagem corporal, por exemplo. Em 2013, o termo foi incorporado ao diagnóstico amplo de transtorno do espectro do autismo.

Thunberg foi diagnosticada aos 12 anos. Segundo o jornal britânico The Guardian, ela reconheceu que sua paixão pelo trabalho frete à crise climática se deve em parte à sua forma singular de enxergar e se relacionar com o mundo.

Em julho deste ano, quando já tinha aparecido em capas de revista e se tornado temas de reportagens em vários jornais pelo mundo, a jovem ativista reagiu a um texto escrito por Andrew Bolt, colunista da Australian News Corp, em que dizia que ela estava “perturbada” e criticava sua viagem pelo atlântico.

Thunberg respondeu escrevendo em seu Twitter que estava “profundamente perturbada” pelas “campanhas de ódio e conspiração” realizadas por negadores do clima como Andrew Bolt (veja acima).

Recentemente, Greta deu início a uma aventura ‘sustentável’ em alto mar. Ela viajou do sul da Inglaterra até Nova York em um veleiro, por se recusar a fazer o trajeto de avião por causa das emissões de carbono.

Ativista Greta Thunberg

A jornada da ativista, que chegou na semana passada aos Estados Unidos, continuará pelo Canadá e México, terminando na COP 25 que, neste ano, será realizada no Chile.

Ao chegar em Nova York, na última sexta-feira (31), Thunberg se juntou a multidões de adolescentes norte-americanos em um protesto do lado de fora da sede da ONU na cidade.

Após a repercussão da resposta de Thunberg em suas redes sociais às críticas que vêm recebendo, um grupo de professores e profissionais da saúde mental escreveram um texto para o El País Brasil, em que defendem a jovem que tem inspirado o mundo inteiro a cuidar melhor do planeta.

“Greta é mulher, autista e adolescente. Em decorrência da defesa intransigente que faz de causas tão grandiosas, vive ainda mais intensamente o efeito perverso dos fascismos cotidianos que saem ostensivamente dos armários, closets, porões e dos esgotos. Ela sabe disso, e responde: “Quando haters escolhem criticar sua aparência e suas diferenças, isso significa que eles não tem mais para onde correr”, diz trecho do manifesto.