Jair Bolsonaro

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) fez a alegria de militares e da direita brasileira nesta semana no Congresso Nacional. Em sessão realizada em homenagem aos 70 anos do desembarque das Forças Armadas do Brasil na Europa, palco da Segunda Guerra Mundial, o polêmico parlamentar usou o espaço para revelações e ataques.

Até para falar de si ele conseguiu ser polêmico. “Queria agradecer as Forças Armadas dos Estados Unidos (…), apesar do meu bisavô ser alemão e ter sido soldado de Hitler. Ele não tinha opção: ou era soldado, ou era paredão”, comentou, sem esconder um ligeiro desconforto com a ligação histórica.

Para compensar, Bolsonaro aproveitou os seus minutos para exaltar os “heróis de 1964” – como ele se refere aos militares que comandaram a ditadura militar –, que “lutaram contra o comunismo”. Claro, que ninguém pense que ele estava fazendo média com os presentes. “Não faço política antes das eleições, quem dirá depois”, revelou o deputado.

Não satisfeito, aproveitou para atacar a Comissão Nacional da Verdade (CNV), que apura os abusos de autoria dos militares durante a ditadura, e em seguida tecer alguns comentários a respeito da presidente Dilma Rousseff (PT) – esta apoiada pelo seu partido, o PP, para desgosto do próprio Bolsonaro.

Bisneto de soldado de Hitler, Jair Bolsonaro

“Eu comparo a Comissão da Verdade que está aí com aquela cafetina, que ao querer a sua biografia escolheu sete prostitutas. E o relatório final das prostitutas era de que a cafetina deveria ser canonizada. Essa é a Comissão da Verdade de Dilma Rousseff (…) uma mulher que integrou grupos piores do que o CV e o PCC”, disse.

Ele ainda tinha mais artilharia contra a petista. “Quando eu vejo na TV a presidente da República, a chefona suprema das Forças Armadas, falar que sente orgulho do seu passado, eu fico imaginando se o Fernandinho Beira-Mar fosse posto em liberdade se ele falaria o seguinte: ‘me orgulho do meu passado’. Se bem que o Fernandinho Beira-Mar nunca tentou roubar a minha liberdade”.

Por fim, Bolsonaro advertiu que “na Segunda Guerra nós sabíamos quem era o inimigo”, mas que “aqui, ele está por toda a parte”. “O preço da liberdade é a eterna vigilância”, profetizou.

Se o discurso fez a alegria da direita e da extrema direita, a única informação boa para os progressistas e grupos de esquerda é a informação publicada pela UOL de que Bolsonaro desistiu de comandar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados em 2015, evitando uma liderança polêmica no grupo, como aquela protagonizada pelo deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP).

Adriana Pimenta
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